Resenhas

Wrath Sins - 2017 - The Awakening

Por Fabiano Cruz | Em 28/05/2018 - 22:02
Fonte: Alquimia Rock Club

 

Portugal pode não ser um país que venha a ser tradicional no Heavy Metal, porém as bandas que saem de lá sempre trazem um bom trabalho. Nascida no Porto, a Wrath Sins lançou no fim de 2017 seu segundo trabalho, The Awakening. Mantendo a formação com Miguel Silva (voz e guitarra), Rui Coutinho (guitarra), Ricardo Nora (baixo) e o mais novo membro Diego Mascarenhas (bateria), os lusitanos nos mostram uma sequência natural de seu primeiro trabalho, em um Thrash Metal que vem com muitas influências progressivas e de um lado mais groove do estilo.

 

Muita coisa ainda nos remete a influências, mas a banda conseguiu uma identidade mais “na cara” principalmente em questões melódicas e texturas de camadas harmônicas nas guitarras, porem a sombra de Machine Head e Dew Scented ainda perambulam o trabalho, mas de forma nenhuma isso é negativo, pois a evolução ao primeiro trabalho é bem clara, mas que de certa forma em alguns momentos parece que temos aquela sensação de que “já ouvimos isso” no trabalho. O lado mais agressivo chama atenção, pois vai muito além de “power chords” e melodias convencionais, o que torna a audição bem interessante; músicas certeiras como “Shadow’s Kingdom”, “Collision” e “Unquiet Heart” mostram bastante da identidade que ainda estão a construir. Outro ponto que chama a atenção é a textura que as guitarras fazem, que saem um tanto da forma do Heavy Metal de uma oitavar a outra; pelo contrário, aqui as texturas passeiam por dissonâncias e em certos momentos claramente as guitarras passeiam por caminhos diferentes onde o baixo que amarra as questões harmônicas; um trabalho primoroso, que poderiam ter ousado um pouco mais!

 

A complexidade também está nas letras, muito bem escritas que fazem parte de um todo; o álbum conceitual que bate num assunto já batido, o eterno jogo “bem contra o mal”, a Wrath Sins consegue prender a atenção pela escrita filosófica e um tanto caótica, dando rumos inesperados para o tema, e acompanhando com atenção ao instrumental, vemos que tudo foi muito bem composto, onde em algumas partes é impossível ver letra e instrumental separados.

 

O trabalho somente peca no que já foi dito, que ainda parece estar amarrado às influências, porém a construção da identidade já está feita, falta à banda de livrar delas e ousar e voar muito mais alto; dessa forma, o próximo trabalho da Wrath Sins vai deixar de ser uma surpresa e começar a ser referência do Heavy Metal lusitano, pois genialidade para isso possuem! 

 

 

Faixas:

 

1- Beneath Black Clouds (intro)

2- Unquiet Heart 

3- Shadow’s Kingdom

4- Collision 

5- The Sun Wields Mercy

6- Fear Of The Unseen 

7- Strepitant Mist

8- Between Death's Line

9- The Awakening

10- Silence From Above 

 

 

Links relacionados: 

https://www.facebook.com/Wrathsins/

 

Press contact:

info@raisinglegends.com

ws_wrathsins@hotmail.com

 
 
Foto: João Fitas
 


Fabiano Cruz

Músico formado em composição e arranjo, atualmente expande seus estudos musicais na UNIS em licenciatura. Possui DRT em Jornalismo e Produtor Cultural e trabalha na área de criação musical, com já fez trabalhos em produções artísticas, rádio e TV.




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