Resenhas

Sepultura - 20.06.2015 - Audio Club, São Paulo, SP

Por André BG | Em 23/06/2015 - 01:32
Fonte: Alquimia Rock Club
Poucas bandas no Mundo podem se vangloriar de uma história como a do Sepultura, afinal são três décadas (contando a partir do primeiro lançamento em 1985) de uma história cheia de superações, altos e baixos, que fazem dessa uma das maiores bandas de Heavy Metal do Mundo e indiscutivelmente a maior do Brasil.
 
 
 
 
E como esse marco não poderia passar em branco, a banda vem fazendo uma turnê comemorativa que já passou por Rússia e América do Norte e agora passa pela sua terra natal em apenas duas datas, sendo uma no Rio de Janeiro e essa outra em São Paulo, que contou com todos os ingressos esgotados, mostrando toda a força e o respeito ainda ostentados por aqui. E todo esse respeito dos fãs pode ser visto horas antes do show, com uma imensa fila para entrar na casa, como há muito tempo não se via em shows de bandas nacionais, algo de certa forma até surpreendente se levarmos em conta que era realizado em São Paulo um evento como a virada cultural, que contou inclusive com muitas atrações gratuitas de Heavy Metal. Vale destacar também a bela iniciativa da produção do evento em proporcionar a entrada de crianças devidamente acompanhadas dos responsáveis a um preço mias que camarada, ajudando a dar mais ainda um clima de festa ao show.
 
Já dentro da casa completamente lotada, o publico era só empolgação para ver esse que pode ser considerado um show histórico para o Heavy Metal nacional. A impaciência já começava a tomar conta de alguns quando era anunciado que o show seria gravado e por volta das 23 horas e 15 minutos as luzes se apagaram para dar inicio a introdução tenebrosa de The Vatican, faixa do ultimo álbum The Mediator Between The Head And Hands Must Be The Heart lançado em 2013, o suficiente para já levar todos a loucura com um inicio de apresentação arrasador que teve sequencia com Kairos, faixa titulo do álbum lançado em 2011 e a paulada Propaganda, para então o guitarrista Andreas Kisser dar as boas vindas a todos e lembrar mais uma vez que o show seria gravado, pedindo a colaboração do publico para não demorar muito em cima do palco nos stage dives para não atrapalhar o show, o que estava muito fácil de acontecer, já que não havia aquela grade de proteção que separa o publico do palco, normalmente ocupada por seguranças e fotógrafos, deixando banda e publico bem próximos. O formato diferente do palco também chamou a atenção, pois havia uma extensão do palco em forma de passarela que se estendia até parte da pista, mais comum em shows de Hard Rock.
 
Para tentar abranger toda a carreira, a banda fez um show com musicas de quase todos os álbuns, tocando clássicos indispensáveis como Inner Self e Dead Embryonic Cells mesclados a outras mais recentes como Manipulation of Tragedy também do mais recente álbum e Convicted in Life.
 
As pauladas Attitude e Troops of Doom seguidas do hino Sepulnation mantiveram o alto nível da apresentação, com a performance de uma banda que dispensa maiores comentários, simplesmente perfeita.
 
From the Past Comes the Storms do álbum Schizophrenia foi a primeira das surpresas do set list, seguida de Territory e duas de suas mais conhecidas versões para músicas de outras bandas, as clássicas Polícia (Titãs) e Orgasmatron (Motörhead). Sem muito papo e enrolação mandaram as clássicas Biotech Is Godzilla, Arise e Refuse/Resist, trinca arrasadora, a impressão era de que a casa viria abaixo com a resposta no mínimo insana do publico que ainda iria ir mais ainda à loucura com o restante da apresentação que teria mais algumas surpresas, a começar com a introdução The Curse seguida de Bestial Devastation, faixa titulo do primeiro EP da banda lançado em 1985 e apesar de contarem apenas com o baixista Paulo Jr. dessa formação, a performance ficou bem legal, com destaque para a voz incansável de Derrick Green, que parece não sofrer com o tempo e excesso de shows que a banda vem fazendo e do fenômeno da bateria Eloy Casagrande.
 
Apes of God do álbum Roorback foi mais uma surpresa agradável no set list, não tocada desde a turnê de álbum lançado em 2003, seguida de Cut-Throat, que também não costuma estar no set list.
 
O show se aproximava do final e uma sequencia mais que especial e eletrizante foi executada, a paulada Manifest e a nova Sepultura Under My Skin, lançada em homenagem aos fãs, (principalmente os que possuem tatuagens da banda) foi muito bem recebida por todos.
 
O desfecho final ficou por conta de Ratamahatta e Roots Bloody Roots é claro, finalizando uma apresentação matadora e histórica de exatas duas horas que passaram como um piscar de olhos de tão boa. Ao final épico do show, Andreas Kisser não conteve as emoções e foi pra galera dando um belo stage dive.
 
Obviamente que grandes clássicos da banda inevitavelmente ficaram de fora, do álbum A-Lex de 2009, por exemplo, não foi tocada nenhuma música, mas com uma história tão rica e de mais de 30 anos seria impossível não ficar faltando alguma coisa, isso apenas mostra o quão importante é o Sepultura.
 
 
Set list:
 
Intro/The Vatican 
Kairos 
Propaganda 
Inner Self 
Breed Apart 
Manipulation of Tragedy
Intro/Dead Embryonic Cells 
Choke 
Convicted in Life 
Attitude 
Troops of Doom 
Sepulnation 
From the Past Comes the Storms 
Territory 
Polícia (Titãs cover)
Orgasmatron (Motörhead cover)
Biotech Is Godzilla 
Arise 
Refuse/Resist 
The Curse/Bestial Devastation 
Apes of God 
Cut-Throat 
Manifest 
Sepultura Under My Skin 
Ratamahatta 
Roots Bloody Roots 

 

  

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 



André BG



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