Resenhas

Krisiun - 2011 - The Great Execution

Por Fabiano Cruz | Em 01/12/2011 - 21:47
Fonte: Alquimia Rock Club

Um corpo jogado à sarjeta depois de ser esmagado por um tanque de guerra. Essa foi a sensação que eu tive depois de escutar The Great Execution, novo trabalho do Krisiun. A banda aos poucos vem diminuindo a pancadaria de costume e alternado, nos trabalhos, com sons mais cadenciados, culminando em um Death Metal mais arrastado e extremamente técnico, e esse estilo construído naturalmente pela banda, em seu som único, chega ao seu ápice. Alex Camargo, Moyses Kolesne e Max Kolesne nos mostram uma avalanche sonora em 10 faixas carregadas de peso, técnicas apuradas, violência, no mais puro estilo da banda.


Abrindo com The Will to Potency – uma das melhores letras que a banda já escreveu, baseado no livro homônimo do sempre controverso Nietzsche – o Krisiun mostra logo de cara a faixa que dá o tom pelo álbum todo com todas as características acima já citadas em um trabalho composicional de muitas variações nos riffs e um cuidado extremo com a voz de Alex. Blood of Lions mostra todo o cuidado que Moyses tem nos arranjos de guitarra teve nesse trabalho, chegando a ser extremamente detalhado nas notas escolhidas nos riffs e solos, se tornando o principal destaque. Max mandou muito bem tanto nas partes velozes como nas mais cadenciadas, mostrando ser um dos principais nomes atuais dentro do estilo: basta ouvirem com atenção a faixa título, cadenciada que alterna momentos mais agressivos e rápidos. Os destaques ficam por conta de The Extremist que surpreendentemente Moyses tem como base riffs de bandas setentistas (!) no meio de “blast beats”; The Sword of Orion, quase épica, onde a banda inclui elementos fora do comum ao seu som, dessa vez com melodias no violão (!) em uma linguagem meio flamenca, meio gaúcha, tocada pelo violonista Marcello Caminha; e a fenomenal Extinção em Massa, cujo o vocal (e composição) é dividido com o João Gordo (sim, ele mesmo), em uma composição cheio de fúria e cantado em nossa língua natal – essa talvez seja o maior destaque do trabalho!


Produzido por Andy Classen, esse conseguiu captar muito bem o espírito do Krisiun e deixou The Great Execution muito bem polido; as partes mais técnicas ouvimos nota por nota, mesmo a banda mantendo seu estilo  meio “sujo”: prestem atenção do perfeito trabalho de mixagem quando aparece duas guitarras em “twin guitars” em muitos momentos do disco e nos graves da bateria (leia-se: bumbos e surdos), onde em muitos trabalhos do estilo quase são imperceptíveis. Dá orgulho em saber que uma banda do Brasil lançou um magnífico trabalho que, mesmo sabendo que alguns fãs irão bradar horrores contra o som atual do Krisiun (aquela mesma ladainha de sempre, que estão negando as raízes e tal), deixará a banda ainda em pontos mais altos na história do Death Metal.
 



Fabiano Cruz

Músico formado em composição e arranjo, atualmente expande seus estudos musicais na UNIS em licenciatura. Possui DRT em Jornalismo e Produtor Cultural e trabalha na área de criação musical, com já fez trabalhos em produções artísticas, rádio e TV.




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