Quem acompanha os trabalhos dos gregos do Rotting Christ vê o grande crescimento musical que eles adiquirem a cada disco lançado, soltando discos cada vez mais complexos e indo sempre além do que o Black Metal vai. O novo disco, batizado de Aealo (uma palavra grega arcaica que significa catástrofe, destruição) não poderia tre nome melhor pra descrever as múscias contidas nesse trabalho. Os irmãos Tolis (Sakis na voz, teclaods e guitarras e Themis na bateria), ainda acompanhados dos músicos George Bokos (guitarra) e Andreas Lagios (baixo), mantendo a mesma formação do Theogonia, trabalho anterior, nos trazem 11 composições que não tem destaques entre si.

O disco abre com a faixa título (uma verdadeira homenagem ao povo espartano se juntarmos a letra e a capa do disco), mostrando o poder do trabalho que ouviremos pela frente. Músicas como Eon Aenaos com seu peso extremo e ritmos complexos, Demonos Vrosis com seu riff magistral, Noctis Era com sua sonoridade sombria contrastam com as típicas Black Metal Fire Death and Fear e Santa Muerte. A dobradinha Nekron Lahes... e ... Pir Threontai são extremamentes experimentais, principalmente pela voz da vocalista grega Diamond Gálas (bem conhecida no mundo do Rock pelo álbum em que gravou com John Paul Jones). A junção de sua exótica voz e os riff morbidos tão o toque assustador na última faixa do disco, Orders From the Dead.

As músicas, como já disse, são complexas. Não é um disco que nos abituamos a primeira audição, principalmente pelos elementos melódicos oriundos do folclore grego (o que realmente ainda não estamos acostumados a escutar), como aos ritmos tribais bem copmplexos. A nacionalidade da banda também está presente em pequenas frases soltas nas letras, onde eles usaram o grego arcaico, dando um toque bem sombrio às melodias vocais, como também a participação do coral Pliades (vindos da região de Ipiros na Grécia). O disco também foi lançado em várias versões: em digipack com um DVD bônus, em vinil duplo e em uam caixa de metal que vem junto um adesivo e uma camisa da banda.


Um dos melhores trabalhos desses gregos, que vem de uma evolução constante e aqui vemos a junção de elementos que usaram em seus três últimos trabalhos: a melancolia do Genesis, o experimentalismo do Sanctus Diavolos e o misticismo do Theogonia. Porém, talvez o disco fique numa navalha, pois é complexo demais para atrair novos fãs e, pelos elementos que a banda ja inseriu definitivamente em seu som, pode afastar os antigos...

Fabiano Cruz

Músico formado em composição e arranjo, atualmente expande seus estudos musicais na UNIS em licenciatura. Possui DRT em Jornalismo e Produtor Cultural e trabalha na área de criação musical, com já fez trabalhos em produções artísticas, rádio e TV.