Resenhas

Transatlantic - 2009 - The Whirlwind

Por Fabiano Cruz | Em 21/02/2010 - 21:01
Fonte: Alquimia Rock Club

O Transatlantic surgiu no começo do ano 2000 como umprojeto paralelo de Neal Morse e do Mike Portnoy (Dream Theater), com a idéia de resgatar a sonoridade do Progressivo em sua fase áurea (leia-se: anos 70), mas sem perder os conceitos das bandas progressivas atuais e com s inúmeras influências que ambos tiveram em suas carreiras. Juntos com o guitarrsita Roine Stolt (The Flower Kings) e co o baixista Pete Trewavas (Marillion, Kino), a banda lançou o conceitual trabalho The Whirlwind.


Bem... quando estudei composição, sempre meu professor falara que a competência de um compositor é pegar um simples tema e esgotá-lo ao máximo em derivações, mostrando assim a criatividade do compositor. E o que vemos no primeiro CD é uma longa faixa (em seus quase uma hora e dezoito minutos dividida em partes) é justamente isso! O tema apresentado na Overture / Whirlwind é o que Morse e companhia trabalha de uma forma incrível por toda a composição! O disco foi concebido na sonoridade do Progressivo clássico, lembrando muito Genesis e Yes, mas mesmo assim tá lá os conceitos de bandas progressivas mais novas, como percebemos na Out Of The Night. O Heavy Metal, pricipalmente pela bateria do Portnoy, se ve presente nas A Man Can Feel e na Lay Down Your Life, enquanto na Set Us Free os teclados nos levam ao Fusion, lembrando bastante o que Chock Corea fazia nos anos setenta... Uma bela obra musical, com um tema lírico interessantíssimo que, mesmo bem fantasioso, nos faz refletir sobre muitas coisas ("And we got caught in the whirlwind / Torn by the storms of our lives / And just when we though we had something / It turned to dust in our eyes")


O segundo Cd a banda nos apresenta mais quatro faixas de autoria própria, porém fora da história d eWhirlwind, com destaque para a Spinning. Mas o supra-sumo está nas quatro últimas faixas que compõe versões de bandas que influenciaram todos os músicos em questão. A The Return Of The Giant Hogweed do Genesis não sofreu muita mudança, mas as vocalizações que Morse faz aqui são primorosas! Enquanto a versão de A Salty Dog do Procol Harum ficou daquelas raras versões que se sobressai a original, na I Need You a banda nos mostra uma verdadeira ode aos Beatles (tentem distinguir os vários links usados de várias músicas dos Beatles na guitarra de Stolt). O disco é finalizado com uma música do Santana, a Soul Sacrifice, num estupendo solo do Portnoy (que, aliás, ao meu ver, aqui ele tocou de uam forma magistral, se sobresaindo até aos últimos trabalhos feito com sua principal banda)


Um disco excelente, está entre os melhores lançado no ano passado. Talvez, pelo uso abusivo de teclados e sintetizadores, quem não gosta desse instrumento pode achar um pouco maçante, mas o resgate da sonoridade do Progressivo vale muito a pena conhecer esse trabalho! E quebra a cara de muitas pessoas em fóruns de internet e revistas que dizem que hoje em dia uma banda nova não faz um som progressivo de respeito! Ou essas pessoas são extremamente rigorosas em relação à música  atual ou não conhecem o Transatlantic...



Fabiano Cruz

Músico formado em composição e arranjo, atualmente expande seus estudos musicais na UNIS em licenciatura. Possui DRT em Jornalismo e Produtor Cultural e trabalha na área de criação musical, com já fez trabalhos em produções artísticas, rádio e TV.




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