Resenhas

Buddy Guy - Pq. Independência 29/11/09

Por Fabiano Cruz | Em 02/12/2009 - 14:18
Fonte: Alquimia Rock Club

Juro que domingo eu fui até o Parque da Independência com o propósito de descansar e me divertir, com ou sem chuva. Anunciado o Tefefonica Open Jazz pelo terceiro ano seguido, a principal atração não tem nada a ver com o Jazz – que particularmente, é um estilo que amo de verdade – e sim uma lenda viva do Blues e do Rock: Buddy Guy. A presença de aproximadamente 12 mil pessoas (realmente o parque lotou) e uma estrutura invejável – seguranças e Polícia Militar em toda parte, quantidade banheiros químicos de acordo com o público esperado e um caminhão pipa da Sabesp com água potável a vontade para o povo -, viram a primeira apresentação, ainda com um Sol bem forte, da cantora de Jazz/Soul Dianne Reeves. Apesar de não ser o foco dessa matéria, tenho que falar que, como fã de Jazz, ela canta muito! Inclusive, a apresentação da banda com ela improvisando melodias nas falas enquanto fala o nome dos músicos foi algo de inacreditável
 


Com uma troca rápida de instrumentos no palco e o começo de uma chuva forte, ninguém foi embora. Sorte de quem ficou lá! Buddy Guy, em seus mais de 70 anos, é um músico e frontman no mais puro sentido da palavra. Ver clássicos do Blues e do Rock como Hoochie Coochie Man e Boom Booom Boom Boom é algo de mágico. Nem a chuva continha o público, que cantava e dançava a vontade. O primeiro ponto alto da apresentação foi justamente quando a chuva que caia aumenta e Reeves aparece novamente ao palco num maravilhoso duelo com Guy na música Feels Like Rain
 


A banda que acompanha Buddy Guy é ótima, mas nada se compara a ele: as notas da guitarra são tiradas com maestria, muitas vezes de forma inusitada, como esfregando ela junto ao corpo, fazendo uma baqueta como um “slide finger” ou tocando com os dentes. Acima da cabeça, segurando como canhoto, de costas. Com e sem palhetas em solos memoráveis e belas harmonias. Não importa onde ele posiciona e como toca, as notas saem perfeitas. Num segundo momento alto do show, Buddy desce do placo e anda pelo público solando com toda a calma e técnica que tem, mesmo o povo ao seu redor. Parecia o flautista de Hammelin, mas era um bluesman com sua guitarra. Nem a pequena falha no amplificador do guitarrista que acompanha ele no começo do show apagou o brilho da apresentação dele e da banda.
 


Na parte final do show, após uma versão slow blues de Strange Brew, Buddy faz uma ode a alguns guitarristas, interpretando numa pequena jam Voodoo Child e Sunshine of Your Love (indispensável dizer de quem são não?). Uma homenagem do Mestre aos seus mais famosos discípulos. Enquanto a banda tocava e Buddy agradecia ao público, não sei se foi coisa de minha cabeça, mas nessa hora as nuvens e a chuva dão uma trégua e sobre o palco paira um raio de luz solar bem em cima dele. Iluminado.
 


Resumindo, um show perfeito. Ver uma lenda viva, um músico que ditou os caminhos do Blues e do Rock em sua carreira, realmente é algo para se guardar na lembrança pelo resto da vida. Meus pêsames a quem ficou em casa com medo da chuva.
 


(Fotos tiradas dos sites Portal Terra e Rock on Line)


 

 

 

 

 

 

 


 

 

 

 

 

 

 

 

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Fabiano Cruz

Músico formado em composição e arranjo, atualmente expande seus estudos musicais na UNIS em licenciatura. Possui DRT em Jornalismo e Produtor Cultural e trabalha na área de criação musical, com já fez trabalhos em produções artísticas, rádio e TV.




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