Resenhas

Chris Cornell - 2009 - Scream

Por William Lima | Em 06/04/2009 - 14:42
Fonte: Alquimia Rock Club

Bom, resenhar esse CD está sendo realmente algo muito complicado para mim, chegamos num ponto onde realmente eu não esperava, vou tentar explicar do seguinte modo: minha linha músical é totalmente anos 90 - conheci Soundgarden no auge e até semana passada, tudo que tinha sido feito por Cornell defendi e recebeu se não 100% uns 95% de aprovação, Audioslave (todos os discos), os dois discos em carreira solo (Euphoria Morning e Carry On ) e todos os trabalhos magnificos do Soudgarden. Mas em "Scream", Cornell coloca tudo a perder, em tudo o albúm desagrada, a capa diz exatamente o que o disco é: Cornell quebrando suas guitarras, desistindo do Rock, não tenho nem certeza se essa resenha deveria estar no Alquimia Rock Club, mas vamos as impressões faixa a faixa...

 

Ao dar play, tive que avançar um pouco para ter certeza que havia colocado a música certa, a introdução de "Part of Me" foi completamente inesperada, e no fim a música se resume a um chiclete (demorou horas para sair da cabeça),  quando começa "Time", reparei que as músicas são contínuas, se estivesse um pouco desatento não perceberia que trocou de música, mesmo essa sendo ritimada bem diferente da anterior, na verdade os sons dessa música lembram até um videokê de computador,  sintetizador MIDI daqueles bem ruinzinhos.

 

Em "Sweet Revenge" senti um pouco de desespero, a voz está lá, mas não da mais para saber por que as dobras de vozes metálicas e o coral, o coral dizendo: sweet revenge - metalico chega a lembrar as vozes de "Daft Punk", e Cornell no refrão dobrando vozes com ele mesmo também deixa a desejar. "Get Up" tem um vocal interessante, até chegar ao refrão e vemos aquela mesma fórmula Black Pop do CD.

 

Das músicas do CD para alguns fãs a que mais agradou foi "Ground Zero", feijão com arroz, Cornell mostra o mesmo potencial vocal de Get Up, mas na fórmula errada. "Never far away" me lembra uma música da "Dido" e na verdade, ouvindo ela não consigo reconhecer nada do que Cornell já havia mostrado até então, o fim da música não parece em nada com todo o resto da mesma e não chega a introduzir a próxima música, "Take me Alive" de longe a música mais parecida com Cornell e ainda assim ruim, daí começo a parceber que é por vontade que o fim da maior parte das músicas ou não faz sentido nenhum com o restante da música ou introduz a próxima, no caso Long Gone, que até para o estilo do disco é muito lenta, vocais sóbrios de Cornell, com refrão bonitinho.

 

A música que da nome ao disco "Scream" começa depois de 40 segundos, de teclados, sintetizadores e bateria eletrônica, parece um tempo interminavel para quem não é fã do genero, o vocal da música não agradou, e a bateria eletrônica alta chega a incomodar, parece que não casa com a música, vocais inseridos no meio da música dão mais uma vez a impressão de estar ouvindo outro artista. Enemy com Cornell dobrando vozes com ele mesmo e back vocal feminino da uma impressão interessante, então a música se junta Other Side of Town conseguimos ouvir uma bateria sem a caracteristica eletronica do album porém um vocal pouco expressivo, essa introduz a última do Album "Climbing Up the Walls" onde se escuta um riff de guitarra mas não espere nada diferente do disco, finalizado com Cornell e uma guitarra em uma gravação envelhecida parecida com K7 velho.

 

Cornell mudou, não sou contra mudanças, acho necessário as vezes mudar para não perder a mão da linha criativa, mas foi um exagero, as defesas feitas pelo próprio Cornell sobre o disco o acusam ainda mais, ele se perdeu tanto no meio de todo o processo que teve coragem de dizer que esse trabalho o lembrava o clima de “Dark Side of the Moon”, do Pink Floyd, e “A Night at the Opera”, do Queen. Perdoa Pai! Ele não sabe o que fala!



William Lima

Programador responsável pela estrutura do site Alquimia Rock Club, Desenvolve sistemas para Internet. Trabalha na área desde 2005.




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