1º Dia.

(Monique Morrigann e Karol Hamelin}

O Porão do Rock é um dos festivais mais tradicionais de Brasília que este ano apresentou sua 12° edição. Em um local inusitado, foi realizado na Esplanada dos Ministérios nos dias 19 e 20 de setembro, com entrada franca e contou com uma média de 80 mil pessoas circulando nos dois dias.

Nesta edição, o Festival contou com dois palcos, Palco Principal e o Palco Pílulas. A maratona de shows iniciou com uma hora de atraso com a banda brasiliense Super Stereo Surf, no Palco Pílulas as apresentações começaram as 18 horas e 30 minutos, com a também brasiliense Scania, como constava na programação. O Palco Pílulas seguiu sem atrasos, o que já não ocorreu com o Palco Principal durante os dois dias de evento.

No sábado, bandas de renome nacional passaram pelo Palco Principal, como os Gaúchos da Cachorro Grande e diretamente de São Paulo a banda Ludov. Também contaram com a apresentação da banda Argentina El Mato a un Policia Motorizado e banda estadunidense Eagles of Death Metal.

A banda brasiliense formada no final dos anos 80, Elffus, sacudiu a platéia e animou os headbangers que aguardavam as headlines Angra e Sepultura, deixando o rock rolar.

Grata surpresa pra quem não conhecia a banda californiana Eagles of Death Metal, que de Death Metal não tem nada. Subiram no palco após a banda goiana Black Drawning Chalks. Fizeram um grande show, destaque para o carismático vocalista Jesse, que buscou interagir com o público, arriscando até algumas palavras em português. Presença de palco e muito rock n’roll marcaram esse show.

O Palco principal seguiu com um atraso exorbitante e o público encontrava-se impaciente, por causa disso inicialmente trocaram a ordem das bandas, logo após o show do Eagles of death metal. Quando fizeram a troca da ordem das bandas, Sepultura subiu no palco após o Eagles of Death Metal em seguida seriam Mugo, Angra, Dynahead e Mindflow.

Sepultura tocou para um público de 30 mil pessoas e fezeram todos os apreciadores do metal pularem e bangearem ao som de Territory, Roots Bloody Roots entre tantos outros sucessos da banda. Memorável como todos os shows do Sepultura em edições anteriores, rodinhas de pogo pra todo lado, muita energia no palco e fora dele, rendendo pescoços doloridos nos dias seguintes.

Após Sepultura, Mugo subiu ao palco, mas o publico estava aguardando mesmo era o Angra, que se apresentaria com 3 horas de atraso, mal puderam passar o som. Às 3 horas da manhã, na raça e ao som de muitos gritos Angra sobe ao palco tocando sucessos aclamados pelos fãs durante esses longos anos, muitas pessoas se espremeram na grade, uma fã emocionada conseguiu subir no palco abraçando o vocalista da banda, Edu Falaschi, rapidamente foi contida pelos seguranças e Edu brincando com a situação fez gesto de que ela era “doida”.

Muitos que estavam no show do Angra eram os mesmo que estavam no show do Sepultura, isso só mostra o quanto foi acertada essa idéia de duas bandas com suas peculiaridades se unirem em turnê. E ainda sem fôlego dos shows anteriores gastavam todas suas energias durante a apresentação do Angra.

A banda Dynahead que deveria se apresentar logo após, foi transferida de ultima hora para o 2° dia de festival, encerrando o palco pílulas do Porão do Rock. As 4 da manhã a banda Mindflow inicia sua apresentação, fechando o primeiro dia de shows.

2º Dia

O segundo dia do Festival foi dedicado à história do rock brasiliense, contando apenas com bandas da cidade, dando início às comemorações antecipadas dos 50 anos de Brasília.

Era grande a expectativa pela apresentação de uma atração surpresa, como havia sido especulado, a Legião Urbana com Tony Platão nos vocais. A organização do evento, estima que cerca de 35 mil pessoas esperavam esta atração. O mistério começa a ser revelado quando no telão surgem imagens da Legião Urbana em seus tempos áureos, acompanhada de imagens e depoimentos dos integrantes da Legião gravados para o festival. Cada música tocada no vídeo foi acompanhada pelo coro do público, esquentando a platéia.

Então sobe ao palco Dado Villa-Lobos e Marcelo Bonfá, acompanhados de alguns músicos convidados, no centro do palco um microfone com uma rosa branca presa no pedestal, que ninguém usaria, uma linda e singela homenagem ao grande Renato Russo. Vários vocalistas (André Gonzáles, Phillipe Seabra, Toni Platão e outros) se revezaram no palco para cantar as músicas da Legião, cantar junto com o público que não deixou uma estrofe sequer passar em branco. Foi um dos momentos mais emocionantes do Porão do Rock 2009, realmente ficará marcado na memória. Dado e Bonfá, após o show, justificaram que, os músicos convidados tem uma ligação com a banda e com a história de Brasília. E que não está descartada outras apresentações nesse mesmo formato.

Quem preferia um som mais pesado, após o show da Legião se deslocou para o Palco Pílulas e acompanharam as bandas que passaram na seletiva do Porão, Kanela Seca e seu Hard Core nervoso, o Death Metal do Bootlegs que colocou cabeças em movimento. Na seqüência o Heavy Metal sobe ao palco, Blazing Dog e seus coturnos, couros, Spykes e muita, muita presença de palco, agitando os fãs do bom e velho Metal, tocado as músicas do cd em divulgação “Metallic Beast”.

Encerrando o Palco Pílulas a banda Dynahead, que deveria ter se apresentado no dia anterior no palco principal logo após a banda Angra. Em processo de divulgação do debut álbum Antigen, Dynahead fez uma apresentação impecável,  mostrando porque merecia ter tocado no palco principal entre as apresentações de duas das bandas mais aguardadas do festival, Angra e Sepultura.

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O Alquimia Rock Club agradece nossas correspondendes, Monique Morrigann e Karol Hamelin, que cobriram os dois dias de festival. E aguardem o Mural com as fotos que elas fizeram e a coletiva de imprensa com o Sepultura

Fabiano Cruz

Músico formado em composição e arranjo, atualmente expande seus estudos musicais na UNIS em licenciatura. Possui DRT em Jornalismo e Produtor Cultural e trabalha na área de criação musical, com já fez trabalhos em produções artísticas, rádio e TV.