Entrevistas

Shadowside: “Estamos no nosso melhor momento”

Por André BG | Em 26/03/2016 - 00:08
Fonte: Alquimia Rock Club

Foto: Divulgação

 

Preparando seu quarto álbum de estúdio, sendo o primeiro com o baixista Magnus Rosén, (ex-Hammerfall), a banda Shadowside concedeu uma entrevista ao Alquimia Rock Club, com a simpática vocalista Dani Nolden falando sobre o novo álbum e o momento especial em que a banda vive que você confere a seguir:

 

Alquimia Rock Club: Primeiramente gostaríamos de agradecer por concederem mais essa entrevista para o Alquimia Rock Club. Vamos começar falando um pouco sobre o momento atual da banda, vocês trocaram de baixista recentemente e agora contam com ninguém menos que Magnus Rosén, (ex-Hammerfall) gostaria de saber como foi esse processo até chegarem a Magnus Rosén, como surgiu a ideia e o convite?

 

Dani: Quando surgiu a necessidade de procurarmos um baixista, o nome do Magnus imediatamente apareceu entre nós. Inicialmente nós estávamos pensando em alguém para gravar apenas, e queríamos alguém que entendesse exatamente como é o nosso som: algo simples, direto, onde a estrela é a música, mas que precisa de muita atenção à precisão, ao peso e ao fato de que, mesmo um som simples não significa que pode ser tocado com desleixo. Por isso pensamos nele. Na minha opinião, Magnus é um dos melhores baixistas do mundo, com uma qualidade técnica enorme, capaz de tocar coisas extremamente complicadas, mas que quando está tocando com uma banda de Metal, sabe exatamente como fazer o que a música pede. Então conversamos com ele e percebemos que estávamos tão de acordo com o que o álbum e a banda deve ser, tudo fluiu tão bem que o convidamos pra ser membro oficial da banda e ele aceitou! 

 

Alquimia Rock Club: A banda já tem uma certa bagagem de shows fora do Brasil, dividindo o palco com grandes nomes do Heavy Metal mundial. O Magnus Rosén já conhecia a banda antes do convite?

 

Dani: Sim, nós o conhecemos pessoalmente no show que fizemos com o Helloween e Gamma Ray em Gotemburgo, na Suécia. Na época ainda nem imaginávamos que um dia trabalharíamos com ele, mas já o admirávamos como músico. Além disso, ele é amigo de infância do nosso produtor Fredrik Nordström. Os dois estudaram juntos. 

 

Alquimia Rock Club: Vocês já estão trabalhando em um novo álbum, como está sendo o processo de composição, o que podemos esperar de novo?

 

Dani: Nós estamos ainda mais empolgados do que estávamos durante a composição do “Inner Monster Out”, nosso álbum anterior. No IMO, tivemos a primeira experiência de trabalhar como banda com todos compondo e seguindo os próprios instintos, sem a preocupação com o que venderia. Nós apenas fizemos o que tínhamos vontade e acabou dando certo!

Dessa vez, estamos fazendo isso de forma ainda mais natural, porque não temos mais medo. Nós fizemos isso no “Inner Monster Out” ainda com a sensação de que aquilo era um risco, de que estávamos finalmente conquistando nossa identidade, mas agora estamos completamente livres. Sabemos quem e o que é Shadowside, então podemos apenas compor, sem amarras. Vamos ter músicas feitas por todos os membros da banda, incluindo o Magnus, que também trouxe músicas que ele compôs em parceria com o Andy La Rocque e agora estão sendo trabalhadas por toda a banda. Estamos totalmente concentrados no álbum, realmente empolgados com o que está saindo. 

 

Alquimia Rock Club: O som da banda aparenta estar num direcionamento mais pesado no último trabalho, podemos esperar algo ainda mais pesado nesse novo álbum?

 

Dani: Sem medo (risos). Está pesado. O álbum está com uma energia enorme, com uma mistura bem interessante de agressividade e melodia.  Como sempre, é um som direto, mas apesar de gostarmos de manter o som simples, estamos dando bastante atenção aos detalhes. O próprio Fredrik comentou que o novo material que mostramos a ele é um passo acima com relação ao “Inner Monster Out”. É realmente uma evolução do material anterior, em todos os sentidos, então o peso não poderia ficar de fora. Mas esse peso não está apenas no instrumental, está na emoção transmitida por toda a música também. É até difícil explicar, mas eu sinto que a atmosfera desse novo trabalho é bem intensa, talvez pelo fato de que as letras estejam carregadas de experiências pessoais e momentos de superação que acabaram influenciando todo o processo de composição do álbum.

  

Alquimia Rock Club: Como estão fazendo com relação às composições, principalmente no que diz respeito a participação de Magnus Rosén, já que ele não mora no Brasil, vocês ou ele tiveram que se deslocar em algum momento ou está sendo tudo feito a distância pela internet?

 

Dani: Tudo está sendo feito pela internet. Hoje com a tecnologia existente não é mais necessário que as reuniões sejam presenciais. Trocamos ideias por email, Skype e tudo tem funcionado muito bem. O Magnus envia músicas, nós aqui comentamos ou mudamos alguma coisa, enviamos de volta pra ele, ele comenta o que achou... e o mesmo com todas as músicas que enviamos pra ele. Quando chegar o momento de ensaiar para uma turnê então a situação será diferente e o deslocamento será necessário, mas no momento ainda não é. Há alguns anos atrás, quando acabamos ficando sem nosso baixista por conta da mudança dele pra Itália, a situação era diferente, pois ainda éramos muito dependentes das reuniões presenciais, não tínhamos muita experiência com a composição em grupo nem com a logística de turnês. Hoje a banda está mais madura e a equipe que trabalha conosco está muito melhor estruturada, o que nos dá condições de trabalhar com alguém como o Magnus, que apesar de estar distante fisicamente, está bastante focado no trabalho com a Shadowside e disposto a vir para o Brasil sempre que necessário. 

 

Alquimia Rock Club: Considerando que Magnus Rosén é um musico com um nome bem conceituado no meio Heavy Metal, vocês sentem que isso de alguma forma está ajudando a dar uma impulsionada na divulgação do nome da Shadowside? Já notam alguma diferença?

 

Dani: É claro, o nome dele ajuda tanto na divulgação quanto na credibilidade, pois ele é um músico extremamente respeitado em todo o mundo, não apenas entre os fãs do Hammerfall, mas pelos outros músicos também. Acredito que o fato dele ter aceitado se tornar parte da banda, e não apenas um membro contratado, deixou evidente para qualquer um que estamos desenvolvendo uma carreira sólida e séria. E com certeza faz com que o nome da banda chegue mais longe, e que as pessoas que já haviam ouvido falar de Shadowside mas nunca ouvido o som fiquem curiosos para saber o que afinal temos de interessante (risos). 

 

Alquimia Rock Club: Muita coisa mudou e continua mudando na cena Rock/Metal no Brasil desde que a banda foi formada, como vocês veem a cena nos dias de hoje e onde a Shadowside se encaixa nesse contexto? 

 

Dani: Eu acho que nós somos o exemplo de uma cena em transição. Nós começamos em uma época em que a estrutura disponível nos shows era terrível, em que o CD ainda tinha uma importância maior do que tem hoje e que ainda se acreditava que bandas brasileiras estavam abaixo das estrangeiras, porém os lugares disponíveis para tocar eram mais numerosos e bandas novas apareciam todos os dias. Hoje, eu sinceramente não sei dizer se a quantidade de bandas novas que aparecem é a mesma. Talvez sejam, mas elas acabam afogadas em tantos lançamentos que foram facilitados com essa era de música digital que elas acabam tendo uma dificuldade maior para se destacarem. Porém, isso é bom porque acaba forçando as bandas a fazerem o melhor possível, a buscarem novos sons, a tentarem encontrar uma identidade, porque é a única coisa que as diferencia das centenas de outras bandas lançando material naquele mesmo dia. A musicalidade das nossas bandas está ficando mais rica. A interação com os fãs ficou muito maior. As bandas só não podem esquecer que, apesar de toda a tecnologia, não existe algo mais importante para uma banda de Metal que o palco. Não podemos nos contentar em lançar um álbum e ter contato com o público apenas através de vídeos. 

 

Alquimia Rock Club: A banda completa 15 anos de atividades em 2016 certo? Algo de especial planejado para comemorar esse feito?

 

Dani: Até o momento, não. Estamos apenas concentrados em fazer o melhor álbum da carreira da banda até hoje. Se conseguirmos isso, já será uma bela coroação dos 15 anos!

 

Alquimia Rock Club: Em todo esse período de atividades da banda, qual vocês consideram o momento mais especial da banda até aqui?

 

Dani: Agora, sem dúvida. Estamos no nosso melhor momento. Muita coisa legal aconteceu com a banda, como as turnês internacionais, tocamos em casas lendárias onde nenhuma banda de metal brasileira havia tocado antes, como o Olympia na França, alcançamos posições altas entre os artistas mais tocados nas rádios norte-americanas, chegamos na lista dos álbuns mais vendidos no Japão ao lado de artistas como Judas Priest e Nightwish. Tudo isso são memórias incríveis, coisas que nunca imaginávamos que alcançaríamos quando começamos a tocar. Tudo foi especial de certa forma. Mas nada é mais especial do que o que está acontecendo agora. Quanto mais maduros ficamos, mais interessante o trabalho fica. O material novo parece que tem vida própria. Não seguimos mais uma vertente específica dentro do heavy metal. Não sentimos essa necessidade e nem sabemos onde nos encaixamos. Apenas deixamos fluir e trabalhar dessa forma é simplesmente maravilhoso. O momento agora é especial porque estamos dando vida a um trabalho que provavelmente será especial para o resto das nossas vidas, por toda a carga emocional que ele está trazendo, como falei antes. Todos nós viemos de experiências pessoais difíceis... situações familiares delicadas, depressão, e fazer esse álbum acontecer no meio de tudo isso foi como uma válvula de escape.

 

Alquimia Rock Club: Ainda sobre o período de atividades da banda, qual vocês consideram o momento mais difícil da carreira de vocês? Em algum momento já pensaram e desistir?

 

Dani: Sim, várias vezes... especialmente no meio de turnês em que tudo parecia estar dando errado. Não com os shows ou com o público, mas com questões de logística que nos colocaram em situações difíceis, o que nos fez questionar se tudo aquilo valia a pena. Já passamos fome por causa de uma quebra no nosso ônibus na França, que foi seguida de um assalto na Espanha enquanto tentávamos continuar a turnê. Essa turnê inteira foi tensa, pois o show seguinte dependia exclusivamente de vendermos CDs e camisetas suficientes pra ter o dinheiro da gasolina e da comida para aquela viagem. Felizmente, conseguimos fazer todos os shows e voltar com um pouco de dinheiro pra casa, mas a tensão foi grande. Acho que se não estivéssemos tão focados teríamos brigado a viagem inteira, mas felizmente isso não aconteceu e descarregamos todos esses problemas no palco. Mas sempre que descansávamos, percebíamos que sim... tudo isso vale a pena. E a paciência compensou. 

 

Alquimia Rock Club: Além das gravações do novo álbum, quais sãos os próximos planos da Shadowside para esse ano?

 

Dani: Talvez aconteçam alguns shows ainda este ano, mas eu não vou prometer por enquanto porque estamos realmente concentrados apenas no álbum. Não queremos nos distrair com qualquer outra coisa, então o único plano concreto além do álbum é a gravação de um videoclipe. Depois, é cair na estrada!

 

Alquimia Rock Club: Mais uma vez, agradecemos por concederem mais essa entrevista para o Alquimia Rock Club, o espaço é todo de vocês para darem um recado final ao publico.

 

Dani: Muito obrigada pelo espaço e pelo apoio! Eu estou muito ansiosa para mostrar esse novo trabalho a vocês. Estou realmente orgulhosa do que está saindo e espero que vocês gostem também. Fiquem ligados que logo teremos música nova por aí!

 

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