Entrevistas

Seu Juvenal: Entrevista exclusiva ao Alquimia Rock Club

Por André BG | Em 25/03/2016 - 20:19
Fonte: Alquimia Rock Club

Foto: Divulgação

 

 

Divulgando seu terceiro álbum de estúdio “Rock Errado” lançado no ano passado, a banda Seu Juvenal concedeu uma entrevista exclusiva ao Alquimia Rock Club através do baterista Renato Zaca, que falou do atual momento da banda e ainda comentou sobre a cena Rock no Brasil e o atual momento político do país que você confere a seguir: 

 

Alquimia Rock Club: Primeiramente gostaríamos de agradecer por concederem essa entrevista para o Alquimia Rock Club. Vamos começar falando um pouco sobre o Seu Juvenal para quem ainda não conhece a banda. Como e quando vocês começaram e quais são as influencias e propostas da banda?

 

Renato Zaca: Nós é que agradecemos este espaço aqui no Alquimia. Seu Juvenal é uma banda mineira que nasceu na cidade de Uberaba em 1997. A banda é resultado de projetos anteriores sempre visando composições próprias com influências do punk e metal ao blues e música brasileira. Desde o início acredito que a nossa principal proposta sempre foi não nos prendermos a um só estilo e sim trabalharmos para chegarmos a nossa própria identidade sonora.

 

Alquimia Rock Club: Ainda sobre as propostas da banda, vocês fazem um som calcado em diversas influencias e estilos, resultando em algo bem particular, muitas vezes descrito como “esquisito”, o que vocês pensam a respeito?

 

Renato: Estamos realmente felizes com o resultado de nossas composições, pois atingimos esta particularidade através de anos tocando juntos. Isso nos proporciona o entrosamento necessário para que o som fique do jeito que queremos sem muito esforço. Não devemos temer o esquisito, isso apenas aponta para algo novo que a pessoa irá digerir e quem sabe um dia entender.

 

Alquimia Rock Club: Toda essa mistura de estilos no som da banda se reflete no publico presente nas apresentações da banda? Vocês percebem, por exemplo, uma presença maior de pessoas que curtem um determinado estilo ou há também essa mistura no público da banda?

 

Renato: Nosso público realmente reflete a mistura de estilos em nossas músicas, gostamos muito disso. É muito legal poder unir várias tribos no mesmo momento.

 

Alquimia Rock Club: A banda lançou em 2015 o álbum “Rock Errado”, falem um pouco sobre esse trabalho, como foram desenvolvidas as ideias que resultaram nesse trabalho e como tem sido a repercussão?

 

Renato: “Rock Errado” é nosso terceiro disco e vários esboços de músicas que compõe este trabalho foram surgindo enquanto estávamos divulgando o disco anterior. Quando percebemos o momento de cair de cabeça no novo álbum, decidimos nos esforçar para criar nossa obra prima e explicar qual realmente é a cara do Seu Juvenal. O nome “Rock Errado” é o que chamamos ser nosso estilo musical e este termo pode ser usado para figurar todo artista que não teme se expressar mesmo que haja repulsa, pois a arte não pode ser domada, ela deve ser furiosa quando necessário e deve ser provocativa. Sabíamos que seria um trabalho arriscado, mas este risco está totalmente ligado com a proposta do “Rock Errado”, então encaramos como um ponto positivo que vem se mostrando real graças a boa aceitação da crítica e do público. 

 

Alquimia Rock Club: O último álbum da banda (“Caixa Preta”) foi lançado em 2008, e obviamente que vocês evoluíram e muita coisa mudou nesse intervalo de tempo, o que vocês destacariam como a principal mudança e evolução com a relação a esse trabalho anterior e “Rock Errado”?

 

Renato: A cada disco aprendemos muito não só dentro do estúdio mas também na estrada e com as coisas que cercam isso tudo. O “Caixa Preta” é um disco muito forte,  assim como o primeiro disco, “Guitarra de Pau Seco”, cada um reflete o que podíamos fazer de melhor naquele momento. A partir do momento que não há entrega de todos os integrantes da banda de evoluir a cada trabalho, não existirá mais razão para continuar.

 

Alquimia Rock Club: “Rock Errado” foi lançado apenas em vinil, o que em minha opinião é uma atitude bem corajosa levando em consideração a plena era digital e descartável que vivemos. O que motivou a banda a optar por esse formato? 

 

Renato: O som de vinil é incrível, ele é mais quente e tem muito mais corpo; colecionamos vários LPs e curtimos muito esta mídia analógica. Precisou sim de ter coragem para apostar no LP, mas até agora tudo o que fizemos foi ter coragem sendo uma banda autoral no Brasil. Achamos interessante fazer o lançamento em vinil que nos rendeu boa repercussão e logo após disponibilizamos o trabalho também em CD e para download gratuito em nosso site seujuvenal.com

 

Alquimia Rock Club: Muita coisa mudou e continua mudando na cena Rock/Metal no Brasil desde que a banda foi formada, como vocês veem a cena nos dias de hoje e onde o Seu Juvenal se encaixa nesse contexto?

 

Renato: Lógico que a cena está longe de ser boa, mas não podemos perder tempo só criticando. O fato de ser difícil acaba exigindo que as pessoas envolvidas com o rock no país se preparem e se profissionalizem cada vez mais, seja com sua banda, com sua produtora, com seu pub, com sua revista ou qualquer outra coisa. O que nós amantes do rock devemos fazer é cada um passar a valorizar mais a sua cena local, indo aos shows sem reclamar de uma portaria de R$5 ou R$15. 

 

Alquimia Rock Club: Ainda sobre nossa cena, não é novidade pra ninguém que viver de música no Brasil não é algo fácil, no Rock então nem se fala. Vocês possuem outras atividades profissionais fora da banda? Se sim, comentem. 

 

Renato: Sonhar é bom, mas não enche barriga. Todos nós temos nossas profissões que nos mantém alimentados e debaixo de um teto, assim o Seu Juvenal pode trabalhar tranquilo e sem pressa. Na banda somos tatuador, dentista, dono de pousada e engenheiro de áudio.

 

Alquimia Rock Club: Mudando um pouco de assunto, nota-se dentre as influencias da banda um pouco do bom e velho Punk Rock, estilo esse na maioria das vezes engajado em protestos políticos e ao sistema como um todo. Nosso país vive um momento complicado na política e gostaria de saber de vocês, o que pensam sobre o assunto? Isso os influencia de alguma forma?

 

Renato: Realmente temos uma forte influência da cultura punk e tal ideal está presente na sonoridade e em nossas letras. É impossível fechar os olhos para a realidade do país e do mundo, a cada passo que damos encontramos uma inspiração para virar um rock errado, seja ela positiva ou negativa. O sistema político já faliu há séculos, ele não passa de um circo podre montado para que a corrupção possa existir livre e forte. Se existe um ponto único em nossas discussões políticas e que deve haver uma reforma e ela deve começar com o voto facultativo e não obrigatório.

 

Alquimia Rock Club: Mais uma vez, agradecemos por concederem essa entrevista para o Alquimia Rock Club, o espaço é todo de vocês para darem um recado final ao público.

 

Renato: Obrigado ao Alquimia Rock Club por estas linhas e por esta oportunidade de podermos divulgar um pouco do que o Seu Juvenal mais ama que é poder integrar cada vez mais pessoas para nossa família Rock Errado. 

 

Mais Informações:

 

www.seujuvenal.com.br 

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www.sapolioradio.com.br

 

 

Foto: Divulgação

 

Confira também a resenha do álbum Rock Errado pelo Alquimia Rock Club: http://www.alquimiarockclub.com.br/resenhas/4629/

 

 



André BG



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