Entrevistas

Shadowside

Por Fabiano Cruz | Em 11/05/2011 - 22:22
Fonte: Alquimia Rock Club

 

O Shadowside vem mostrando com garra, profissionalismo e personalidade seu Heavy Metal direto e com toques de Hard Rock ao mundo todo. Sairam de Santos para serem reconhecidos nos Estados Unidos e recentemente na Europa, fazendo apresentações ao lado de pesos pesados como W.A.S.P. e Iron Maiden, mostrando a força que as bandas nacionais tem. Com mais um passo em sua carreira, com o terceiro trabalho de estúdio, Inner Monster Out, a doce "frontwoman" Dani Nolden conversou com o Alquimia Rock Club sobre a recém turnê européia, o disco novo e as filosofias de trabalho da banda, suas origens e o novo trabalho, numa descontraída conversa, em que tivemos a grande honra de ser o primeiro meio de comunicação especializado a ter informações e conversar com a banda na divulgação do Inner Mosnter Out!

 


Alquimia Rock Club: O Shadowside recentemente voltou de uma longa turnê pela Europa, que passou por vários países. Como foi a repercussão das apresentações? Teve algum lugar mais específico que deixou a banda mais a vontade em palco e que curtiram mais os shows do Shadowside?


Dani Nolden: É difícil destacar apenas um lugar, foram tantos shows excelentes e públicos incríveis que pegamos pela frente que sempre que começo a relembrar e tentar apontar um em especial, como Lituânia, acabo lembrando do Reino Unido que foi surpreendente e então decido que não posso deixar Polônia de fora, com o público gritando “Shadowside” após o show... e também seria injusto não citar Hungria, onde o público estava completamente selvagem, de uma maneira muito boa... enfim, como você pode perceber, eu fico indecisa (risos). Foram shows sensacionais e tocamos para públicos que foram extremamente receptivos ao nosso trabalho.


Alquimia Rock Club: A banda tocou nesses meses ao lado do W.A.S.P. e, como a fama do Black Lawless não é das melhores, é inevitável eu lhe perguntar como foi a convivência com eles na turnê...


Dani Nolden: Não existiu convivência, porque ele é muito reservado, mas posso dizer que muito que dizem do Blackie Lawless não parece ser real. Todos nós chegamos na turnê com medo até de olhar pra ele. O que encontramos foi alguém que gostava de ficar na dele, não ser incomodado, mas nunca causou problemas. Nós fizemos nosso trabalho com as melhores condições possíveis e a equipe do W.A.S.P. nos auxiliou o tempo todo, não apenas com a parte técnica das apresentações, mas também quando tivemos problemas na estrada por causa da neve. Foi uma turnê tranqüila e pacífica. A equipe deles nos contou algumas histórias de bandas que tiveram que lidar com um possível lado ruim do Blackie, mas também nos contavam o que as mesmas faziam para provocar isso. Tudo tinha um motivo nas situações que eles comentaram conosco. Acredito que quando você faz seu trabalho sem interferir com o dos outros, sem atrapalhar o andamento das coisas, problemas de relacionamento  raramente acontecem.


Alquimia Rock Club: Antes de partirem para a Europa, a banda já tinha conquistado os palcos norte-americanos. Poderia traçar as diferenças e semelhanças dos dois públicos diante de uma banda brasileira?


Dani Nolden: O público norte-americano me parece querer ver o show mais que quer “ficar louco”, ao menos com a linha de Metal que nós fazemos, com vocais cantados e não extremos. Eles também gritam, cantam, mas deixam pra perder o controle em partes específicas das músicas, aquelas mais intensas, enquanto o europeu se entrega mais, é mais parecido com o brasileiro. Nos Estados Unidos, nós sabemos se o público gostou de verdade se ele compra o CD ou uma camiseta no final do show e vem conversar com você. Então, ele comenta sobre a apresentação, discute as letras. Muitos ficam quietos durante o show inteiro, apenas observando, mas na saída levam toda a discografia e tudo que temos pra vender (risos). Na Europa, desde o início do show já dava pra sentir a reação.


Alquimia Rock Club: Nessa turnê, a banda apresentou a música Gag Order, que faz parte do novo álbum "Inner Monster Out". Como foi a reação dos fãs quando tocaram essa nova composição?


Dani Nolden: Foi excelente! Eu sempre pedia aos fãs para gritarem no final da música caso ela agradasse e dizia que se eles não gritassem, isso significava que a música era um lixo (risos). Isso sempre provocava sorrisos – e gritos no final. Era fácil ver as pessoas tentando acompanhar o refrão. Nós tocamos a música como um teste, para ver se estávamos indo na direção correta com o novo álbum. Depois da turnê, não tivemos mais dúvidas com a linha que adotamos para compor... o público aprovou a música e nada melhor que a opinião dos fãs para determinar se estamos no caminho certo ou não.


Alquimia Rock Club: E quase sem folgas, vocês já vão entrar em estúdio para gravar o novo álbum. Como foi o processo de composição das músicas novas?


Dani Nolden: Nós escrevemos tudo praticamente juntos, exceto as letras, que eu fiz sozinha, menos a Waste of Life, que é ideia do Ricardo. Mas a parte musical foi feita em conjunto. Eu apareci com metade das músicas em estágio bruto, o Raphael veio com a outra metade e então todos nós mexemos em tudo... todos fizeram arranjos de guitarra, todos fizeram vozes, todos mexeram na estrutura... nenhuma música terminou como foi apresentada ao resto da banda e eu acho isso excelente. Ficou com cara de banda, com identidade, todos se divertiram e todos estamos orgulhosos, afinal tem um pouco de cada um ali.


Alquimia Rock Club: A banda produziu este disco ao lado do Fredrik Nordström, um dos maiores produtores de Heavy Metal atual, que já trabalhou com nomes como Opeth, Dark Tranquilitry, entre outros. Como foi a expectativa para trabalhar com ele e porque a escolha dele como produtor? O disco virá mais “raivoso” e pesado que os discos anteriores?


Dani Nolden: Sim, um pouco, mas não foi por isso que escolhemos Fredrik e também não foi influência dele... nós apenas fizemos músicas mais pesadas naturalmente, aconteceu assim. Talvez porque gostamos da energia, de música nervosa. É um disco bem trabalhado musicalmente, mas ele ainda é direto ao ponto, sem excessos, é como uma mistura melhorada do Dare to Dream com o Theatre of Shadows, mas com novidades, mais interessante que os trabalhos anteriores. Nós escolhemos Fredrik porque gostamos de praticamente tudo que ele produziu, ele é muito competente no que faz. Foi muito fácil trabalhar com ele, ele é sincero e direto, não enrola para dizer se algo não presta. Ele e o assistente dele, Henrik Udd, são perfeccionistas e tiraram de nós nossa melhor performance até hoje.


Alquimia Rock Club: As letras do Shadowside sempre tem mensagens positivas aos fãs e pessoas, muitas vezes com aquele “empurrão” para que as pessoas fazem e realizem seus sonhos, principalmente do Dare To Dream. O quanto essas mensagens são pessoais para os integrantes da banda? Muitas vezes soa “olha, lutamos pelos nossos sonhos e conseguimos; vocês também podem conseguir”.


Dani Nolden: Essas mensagens são completamente pessoais... quase tudo que escrevo é baseado em algo real. A música “Dare to Dream” é exatamente isso – eu consegui, todos podem. Cada vez que a banda conquista alguma coisa, eu penso nisso... Já despertamos a atenção de majors e pessoas muito importantes nos Estados Unidos e Europa, conseguimos a turnê com o W.A.S.P., uma abertura para o Iron Maiden no Rio de Janeiro, sendo que para isso a banda precisou ser aprovada pelo Blackie Lawless, e pelo Rod Smallwood, manager do Maiden, temos Roger Moreira, do Ultraje a Rigor, Björn “Speed” Strid, Niklas Isfeldt e Mikael Stanne como convidados no CD novo Inner Monster Out, sendo que Mikael nem estava nos planos... eu fiz amizade com Anders Jivarp, o baterista do Dark Tranquillity e um dia ele foi ao estúdio ver como estava indo o trabalho e Mikael o acompanhou. Enquanto Strid estava gravando, ele e Fredrik falaram alguma coisa em sueco e de repente, Mikael entra para gravar, para minha surpresa. Já estamos pensando na próxima turnê, enquanto preparamos o lançamento do disco. Quando paro pra pensar, lembro que sou apenas aquela vocalista de Santos, São Paulo, que um dia tinha um sonho de ter uma banda de Metal mas tudo parecia muito distante. Quando fizemos o último show da turnê européia, na Finlândia, recebi esse “puxão” da realidade... eu percebi como estava longe de casa! Foi quando observei como nossa música foi longe... e não há limites, desde que o trabalho duro continue! Então se você quer, tente. Você pode não chegar onde planejou, mas com certeza estará em um lugar mais interessante do que onde você estava quando começou.


Alquimia Rock Club: A banda também aborda temas atuais, muitas vezes críticas à sociedade, como em Nation Hollow Mind. É mais complicado abordar esse tipo de assunto numa letra ou, pelo fato de ser críticas ao mundo que vivemos e vemos hoje em dia, é mais fácil falar “na cara” tudo o que acontece mundo afora?


Dani Nolden: Eu acho mais fácil falar sobre o hoje, o agora. Não sei escrever temas de fantasia, o mundo e as pessoas são minhas inspirações. No Inner Monster Out, eu fui ainda mais fundo nas coisas “erradas” (risos). Gag Order é sobre timidez, que muitos não sabem, mas é algo que eu luto contra desde a infância. Outros temas são violência doméstica, que eu nunca experimentei mas é algo evidente e preocupante, consciência pesada, distúrbios de personalidade. O álbum aborda alguns assuntos obscuros, mas ele simplesmente fala como todos são um pouco perturbados de certa forma. Ninguém é “normal”. A faixa do primeiro vídeo, Angel with Horns, é uma versão exagerada de mim mesma. É uma história sobre alguém descontando a própria realidade entediante em uma pessoa que é pura inocência com uma boa dose de maldade, ao mesmo tempo. Não é para os corações fracos (risos).


Alquimia Rock Club: Acredito que como vocalista, você que escreve a maioria (ou todas!) as letras. O toque e a visão mais feminista sobre o mundo chamam mais a atenção dos fãs e amantes do Heavy Metal?


Dani Nolden: Todas, praticamente... os rapazes são preguiçosos demais para isso! (risos) Eu não chamaria a minha visão de feminista... feminina, claro, mas não feminista. Eu não acho a mulher de hoje injustiçada, não acho que precisamos usar o discurso de “coitadinhas” e não defendo que mulheres devem dominar o mundo (risos). Não existe humanidade sem homens ou sem mulheres. Acredito que o ponto de vista de uma mulher sobre alguns assuntos possa despertar o interesse e curiosidade dos fãs, sim... alguns homens podem não concordar por pensarem de forma diferente, mas para eles, é uma boa oportunidade de observar a cabeça perturbada de uma mulher como eu (risos).


Alquimia Rock Club: As músicas de vocês, apesar de inúmeras referências, desde o Progressivo ao Thrash, são simples e empolgantes, indo meio de contra ao que 90% das bandas atuais fazem com trabalhos cada vez mais complexos. Como o Shadowside vê esse caminho que o Heavy Metal está seguindo em termos de complexidade musical e composicional?


Dani Nolden: Isso é um dos nossos objetivos quando estamos fazendo música: manter a coisa simples, empolgante, direta, algo que demonstra nossas habilidades individuais apenas se e quando cabe na proposta da música. Tem bandas que conseguem fazer um trabalho complexo muito bem, mas muitas fazem algo complicado apenas para mostrar que podem, que sabem tocar, que fazem músicas difíceis de reproduzir, etc... bom para eles se é o que gostam. Eu gosto de música com energia e que mexa comigo, mas felizmente tem público pra tudo e banda pra todos os gostos, também. Alguém pode gostar de Dream Theater e Shadowside ao mesmo tempo, porque não? Quando ele estiver no clima para complexidade, ele escuta Dream Theater... quando ele quiser algo mais direto, ele muda pra Shadowside.  Quando ele cansar do nosso Metal influenciado tanto por Metal extremo quanto por Hard Rock, ele muda de novo. O grande problema de uma banda é querer ser quem ela não é, ou não saber quem é. Se você se sente confortável tocando sua música, você vai acabar agradando e encontrando seu espaço. Não precisa tentar seguir a tendência.


Alquimia Rock Club: Em quatro registros até agora, contanto com o EP de estréia, a banda já alcançou vôos mais altos que muitas outras, principalmente se falarmos em Brasil. Isso assusta um pouco vocês, ou já estavam preparados para o que viria devido à força, garra e profissionalismo que sempre tiveram?


Dani Nolden: Não assusta porque as coisas foram graduais, sempre foi um passo de cada vez e baseado em muito trabalho, não foi um golpe de sorte, nem algo repentino... acredito que estávamos emocionalmente preparados para isso, mas não posso dizer que esperávamos ou tínhamos certeza de que tudo isso aconteceria. Foram muitos os momentos em que parecia que estávamos em uma rua sem saída, sem perspectiva, mas tivemos paciência e continuamos trabalhando, para estarmos preparados quando as oportunidades aparecessem. Tocar para 12 mil pessoas, como tocamos recentemente no Rio de Janeiro com o Iron Maiden, faz você pensar “isso está acontecendo mesmo?” (risos) Parece que não é real, mas por estarmos prontos para a situação, os nervos ficam bem controlados. O mais importante é manter os pés no chão... eu procuro me cercar de amigos e família que nunca me deixam perder o contato com a realidade. Acho ridículo quando um artista perde a noção de respeito, de certo e errado, trata a todos como se fossem seus escravos ou faz exigências absurdas.


Alquimia Rock Club: Teve algum momento no começo de carreira que, pelas dificuldades, você pensou em parar ou largar o Shadowside?


Dani Nolden: Sim, durante as gravações do Theatre of Shadows. A gravadora que deveria ter lançado o álbum faliu antes mesmo de colocar qualquer disco no mercado por conta de uma má administração e ficamos presos no estúdio por quase 2 anos, sem poder terminar o trabalho.  Eu estava pronta para abandonar tudo, começar outra banda ou simplesmente desistir da música, mas o dono do estúdio deixou que terminássemos o CD e ainda o mixou de graça e a gravadora nos liberou do contrato, já que não lançaria mais discos.


Alquimia Rock Club: A mulher dentro do Rock em geral  ainda é algo raro, porém hoje esta mais acessível uma mulher construir uma carreira como uma “frontwoman”. Você sofreu algum tipo de preconceito ou “machismo” por ser uma vocalista de uma banda de Heavy Metal?  Como você lida quando acontecem esses chateamentos?


Dani Nolden: Eles não acontecem, ou eu sou tão distraída que não percebo (risos). Eu sinceramente não acredito que uma mulher hoje em dia possa ter problemas para fazer qualquer coisa. Claro que existem machistas que vão dizer que lugar de mulher é na cozinha (risos). Mas será  mesmo que qualquer machista ou preconceituoso vai deixar de ouvir um som que agrada só porque quem canta ou toca é uma mulher? Ele pode não admitir que gosta ou inicialmente ter aquela reação... “ banda com vocal feminino? Não gosto!” Mas assim que escutar e gostar, ele vai deixar a ideia que tinha formado de lado. Essa é a melhor forma de lidar com qualquer tipo de preconceito: mostrar que o preconceituoso está errado, não tomar como uma ofensa ou como algo pessoal. O máximo que aconteceu comigo até hoje foi pensarem que éramos um clone de Nightwish. Fredrik também comentou que pensou que eu tinha 1,90m de altura por causa do tamanho da minha voz (risos). Muitas mulheres usam o preconceito como desculpa, seja para o medo ou o fracasso, assim podem dizer que se falharam, é porque tudo é mais difícil para mulheres. Eu prefiro me esforçar para me tornar tão boa no que faço a ponto de passar a ser indispensável, assim não vai fazer diferença se é mais difícil por eu ser mulher. Eu não vou notar porque vou estar pronta para enfrentar qualquer competição em meu caminho.


Alquimia Rock Club: Dani, você poderia comentar sobre algumas vocalistas do Rock e do Heavy Metal e sua visão sobre elas?


Dani Nolden:
- Rita Lee: Eu não gosto da música dela, nem da voz, mas tenho um profundo respeito pela atitude e pelo trabalho dela. A quantidade de sucessos que ela teve, nas épocas que teve, não é pra qualquer uma.
- Doro Pesch: Conheci o trabalho da Doro pouco depois de ter formado a Shadowside, apesar das quase duas décadas de estrada que ela já tinha na época. Ela tem uma voz cheia de energia e muito legal.
- Angela Gossow: Gosto muito do trabalho dela no Wages of Sin do Arch Enemy. Mas não é o tipo de vocal que eu costumo escutar em casa. Ela é excelente no que faz.
- Sabina Classen: Conheço muito pouco da Sabina por não ser o tipo de som que escuto, mas ela é obviamente competente.
- Janis Joplin: Minha rainha (risos). Gostaria que ela voltasse ao mundo dos vivos apenas para cantar uma música com ela! Ela não foi uma de minhas influências pois só passei a me interessar por Rock dos anos 60 e 70, coisas que eu considerava “música de velho” quando era adolescente, depois que já estava com minha personalidade musical formada, mas acho a voz dessa mulher fantástica.


Alquimia Rock Club: Uma pergunta pessoal para terminar: recentemente, como um bom amante de futebol, li uma entrevista sua numa publicação do gênero, onde tu fala que já jogou no time feminino do Santos! Conte-me mais sobre isso!


Dani Nolden: Foi apenas nas categorias de base... eu fui selecionada em uma peneira na praia pelo Manoel Maria, tinha apenas 14 anos e era provavelmente a jogadora mais jovem da equipe.  Fui atleta do Santos por aproximadamente 6 meses e o clube na época encerrou as atividades do futebol feminino, então voltei ao futsal enquanto discutia internamente com minhas duas possibilidades... ir para um dos clubes da capital ou me dedicar à música em tempo integral. Acabei me machucando durante os treinos da equipe de futsal e durante as 2 semanas impedida de treinar e jogar, percebi que não sentia tanta falta do futebol quanto sentiria da música.


Alquimia Rock Club: O Alquimia Rock Club agradece muito a entrevista e ficaremos aguardando ansiosos pelo lançamento do novo trabalho!


Dani Nolden: Muito obrigada pelo apoio e espaço, escutem Inner Monster Out e nos vemos em breve na estrada!



Fabiano Cruz

Músico formado em composição e arranjo, atualmente expande seus estudos musicais na UNIS em licenciatura. Possui DRT em Jornalismo e Produtor Cultural e trabalha na área de criação musical, com já fez trabalhos em produções artísticas, rádio e TV.




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